Ontem a noite pus-me a reflectir

Ontem a noite pus-me a reflectir, em coisas da vida, em vez de dormir.
Nada me apoquentava, sentia-me bem e sentia todo o sentido que a vida tinha (e tão raro que é).
Ouvia o mar a bater, o vento e o fado.
Não fingia nada, não fingia que amava pouco se em mim tudo amava.
Não precisava de recuar um passo atrás para dar um em frente.
Tive um espasmo, um espasmo de espanto, fiquei sem sentidos, pois descobri que o mundo era meu, o tempo era extenso, imparável, mas eu podia dita-lo.
Dei um passo, e andei para a frente,
Só não via tão claro o sentido que davam a vida, a complicação que faziam, a complicação que era, quando tudo podia ser simples. Uma ousadia sem medos. Não percebia o porque de interrogações excessivas.
Morri um pouco, devagar...ressuscitei, nasci outra vez e revivi.
Por pouco que tudo tinha perdido toda a graça, e estava a compreender o que não queria.
Se não fosse ter descoberto o amor e o refúgio, se não fosse isso, não vivia sonhos acordada.
Não via tão claro o sentido da vida
E tudo seria bem mais complicado.
Agora que adormeci posso acordar.

Adeus amor que cresci.