Como uma gota de chuva

Estou cansada, exausta...
Farta que me cobrem todos e de tudo.
Do que fiz, do que não fiz, do que só tive intenção mas não fiz
Pagamos por tudo, somos escravos.
Estou cansada de ter de gerir, uma vida, e umas quantas agarradas...
Não quero ter responsabilidade em tudo o que aconteça ou que não aconteça
Tenho culpa de não falar com quem quis que eu não falasse, tenho culpa de mudar quando me pediram a mudança!
Tenho culpa de não ser a amiga perfeita sempre presenta quando a mim nem me consideram amiga (pelo menos amiga, significando, em grande parte confidente, cúmplice)...sou amiga de partilha de conservas de café!
Não quero ver mais o mesmo dia, e o seguinte igual!
Sentir a mesma falta de pessoas, sentir que há tanto para partilhar, para dizer, para descobrir e ficar pelas travessas perdida.
Não quero mais estes diagramas ternários que ainda são mais complexos de entender que a minha vida.

...e a ver a chuva a cair só penso em tornar-me uma gota, já sou mal-amada como a chuva o é por todos, mas pelo menos a gota cai de uma vez, cai no chão, espalha-se, evapora-se e mais ninguém a vê

como gostava de me tornar uma gota,
uma gosta que caiu no chão...