Como gostava

Como gostava...como gostava de ser independente de tudo e todos, sem que o meu mundo desmoronasse. Queria viver vazia de sentimentos e artefactos.
Como gostava de ser uma construção rígida sem pilares.
Almejava não enlaçar as mãos, para que um dia, uma lembrança, fosse apenas isso, uma lembrança, suave ao pensamento, saudável à memória.
Não vale a pena mover-me com os outros, pois os outros movem-se sem mim.
A minha alma é mais real que o mundo exterior.
Porque é que sempre me apontam o mundo exterior como sendo o mais real?
Eu é que sou mais real, porque eu sinto. Só não sei para que sinto, se o que sinto não muda o mundo exterior, nem consegue sequer ser uma leve brisa.
Tudo existirá sempre e eu é que estarei sempre ligada a mim própria.
Gostava que tudo o que fosse real (pertencente ao mundo exterior) só me incutisse sentimentos verdadeiros, correspondentes.

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